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sexta-feira, novembro 1, 2024

O que importa mais em uma startup: Time, Produto ou Mercado?

Uma das respostas mais óbvias que ouvimos é que o time é o mais importante. Em parte, porque no início das startups é quase tudo que se tem. O produto ainda não está pronto ou desenvolvido e o mercado ainda não foi explorado. A única coisa que você conhece bem nesse estágio é o seu time. Frequentemente, ouvimos o famoso slogan, “ pessoas são o ativo mais importante “ — um sentimento presente em nossa cultura.

Quando a startup está nesse início, de fato, o olhar se volta ao time, os investidores querem saber se são altamente capacitados para atender as mudanças necessárias que estão por vir. Pois, com o foco no problema a ser resolvido no mercado estando claro, a solução/ produto pode mudar e eles devem estar prontos para este shift.

Se perguntarmos ao time técnico, por exemplo, alguns dirão produtos. Afinal, as pessoas compram e vendem produtos. Apple e Google, construíram os melhores produtos. Sem produto não há empresa. Imagine agora um excelente time e nenhum produto ou um grande mercado e nenhum produto.

Aqui temos alguns exemplos, desdobrados, de motivos do fracasso de algumas startups.

source: brian balfour
source: CB Insights

Porém, se formos além, em uma análise mais profunda, item por item, podemos dizer que as startups falham porque não resolvem dores relevantes em um mercado relevante.

Grandes referências e nomes de fundos de investimentos além dos serial entrepreneursafirmam que mercado é o fator mais importante no sucesso ou fracasso de uma startup.

Em um grande mercado — um mercado com muitos clientes reais em potencial — o mercado acaba extraindo, como consequência, o produto da startup.

O mercado precisa ser atendido, e será atendido pelo primeiro produto viável que surgir.

O produto não precisa ser ótimo; ele só tem que funcionar. E o mercado não se “importa” com o quão boa é a equipe, desde que a equipe possa produzir esse produto viável.

E quando você tem um grande mercado, a equipe é, de certa forma, “fácil” de atualizar rapidamente e se aprimorar durante a jornada.

Por outro lado, em um mercado ruim, você pode ter o melhor produto do mundo e uma equipe absolutamente incrível, e não importa — você está mais suscetível a falhar.

Você vai tentar encontrar clientes que não existem para o seu produto superestimado, e sua equipe super capacitada acabará por ficar desmoralizada e desistir, e sua startup tenderá a falhar, novamente.

Lei de Andy Rachleff

Andy compartilha um ponto de vista sobre o peso do mercado alvo para o sucesso de uma empresa:

O assassino número 1 da empresa é a falta de mercado.

Quando uma grande equipe encontra um mercado ruim, o mercado vence.

Quando uma equipe ruim encontra um grande mercado, o mercado vence.

Quando uma grande equipe encontra um grande mercado, algo especial acontece.

Você pode, obviamente, estragar um grande mercado — e isso tem sido feito, e não raramente — mas supondo que a equipe seja competente e o produto seja fundamentalmente aceitável, um grande mercado tenderá a igualar sucesso e um mercado ruim tenderá a igualar fracasso. O mercado importa.

Se o tamanho do seu mercado pode ser comparado a uma ervilha, se você tiver muito sucesso, no máximo, você será uma ervilha.

E nem uma equipe estelar nem um produto fantástico salvarão um mercado ruim.

Sim, nossa expectativa é que uma grande equipe nos dê um grande mercado — porém temos muitos exemplos de grandes equipes que executam brilhantemente seus projetos contra mercados terríveis e falharam. Mercados que não existem não se importam com o quão inteligente ou bom você é. Infelizmente.

Por outro lado, podemos encontrar inúmeras equipes não tão qualificadas cujas startups foram altamente bem-sucedidas devido a mercados significantemente grandes para o que estavam fazendo.

Como diria Tim Shephard:

“Uma grande equipe é uma equipe que sempre vencerá uma equipe medíocre, dado o mesmo mercado e produto.”

Tim Shephard

Um método que contribui para essa conexão de mercado e produto, validação do problema/solução é conhecido como Product/Market Fit (PMF). Lembrando que há outros fit importantes a serem descoberto à medida que a empresa cresce, e seu estágio muda.

Obviamente, ótimos produtos podem ajudar a criar novos mercados, desde que a equipe seja boa o suficiente para desenvolver um produto transformador* no nível mínimo de qualidade que o mercado exige e colocá-lo no mercado.

Fora isso, eu não contaria com o seu produto criando um novo mercado do zero. Não é tão fácil assim. Sejamos realistas.

Para o sucesso de uma startup early stage, que está começando, a primeira coisa que importa é chegar ao fit entre produto/mercado.

Product/market fit significa estar em um bom mercado com um produto que possa satisfazer esse mercado, de verdade. É extremamente recomendado para startups early stages ( na sua criação, no início) manterem o foco nesse ponto e validarem seu problema/solução também.

Infelizmente, muitas delas falham antes que o product/market fit aconteça. Às vezes, criam soluções para problemas que não existem.

Ironicamente, quando uma startup é bem-sucedida e você pergunta aos fundadores o que a tornou bem-sucedida, eles geralmente citam todos os tipos de coisas que não têm nada a ver com isso. As pessoas são terríveis em entender a causa. Mas, em quase todos os casos, a causa era, na verdade, o fit do produto/mercado ou problema/solução.

Porém, o product-market fit é um processo contínuo.

Um exemplo clássico: Blockbuster ou Blackberry, por exemplo, que tinham atingido product-market fit e acabaram ultrapassadas por novas opções. É preciso acompanhar as mudanças de comportamentos e evolução do mercado, e se adaptar.

E NÃO É apenas Product-Market Fit

À medida que a startup se desenvolve, não podemos esquecer dos demais fit ou ajuste que necessitamos encontrar.

Temos também Product-Channel Fit, Channel-Model Fit, Model-Market Fit que contribuirão para o sucesso do negócio trabalhadas de forma concomitante, à medida que o negócio cresce.

source: Brian Balfour

Estendo os créditos deste resumo ao Marc Andressen e Brian Balfour.

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