Embora o Instagram e o TikTok estejam repletos de influenciadores oferecendo conselhos de saúde mental como coaches, nem sempre fica claro se eles possuem qualquer formação formal na área. Diferente de psicólogos e psiquiatras licenciados, qualquer pessoa pode se autointitular um coach de saúde mental.
Os especialistas alertam que essa tendência é relativamente nova e que os consumidores devem estar atentos a promessas vazias feitas por pessoas sem credenciais adequadas. No entanto, a dificuldade de acesso ao suporte de saúde mental é real, e às vezes, um guia habilidoso pode ser mais útil do que um terapeuta para problemas de nível mais baixo, como gerenciamento de conflitos ou hábitos de sono.
O campo de coaching de saúde mental está observando essa tendência. O Headspace, conhecido inicialmente como um aplicativo de meditação, começou a oferecer coaching de saúde mental via mensagem de texto direto ao consumidor em abril, seguindo parcerias anteriores com empregadores e planos de saúde. Empresas como a Lyra Health também oferecem coaching, mas apenas para funcionários de empresas parceiras. Outros, como a BetterUp, fornecem coaching de carreira e vida que pode melhorar a saúde mental, mas sem foco específico nessa área.
No serviço do Headspace, profissionais treinados oferecem sessões de coaching de 30 minutos, três vezes por mês, custando US$ 99 mensais. Antes de começar, o Headspace realiza uma triagem para identificar se a pessoa está em crise ou necessita de tratamento urgente. O processo deixa claro que o coaching não é terapia, e os objetivos são definir metas alcançáveis, como ir para a cama 30 minutos mais cedo ou adicionar mais movimentos à rotina diária.
Jennifer Lundman, assistente social licenciada e coach certificada, criticou influenciadores que vendem planos de exercícios e suplementos, contrariando práticas profissionais. Lundman alerta que esse tipo de “coaching” popular no TikTok e Instagram ameaça a seriedade do trabalho de coaching legítimo.
Organizações como o National Board for Health and Wellness Coaching (NBHWC) estão trabalhando para profissionalizar a indústria. Desde 2016, em colaboração com a National Board of Medical Examiners, o NBHWC oferece um exame rigoroso para certificar coaches de saúde e bem-estar.
Dr. Vaile Wright, psicóloga e diretora de inovação em saúde da American Psychological Association, vê o coaching como um começo promissor para aqueles que não têm um diagnóstico formal de depressão ou ansiedade. Ela destaca a importância de se escolher coaches vinculados a empresas conhecidas e certificadas, que garantem supervisão e feedback.
Apesar da falta de pesquisas robustas demonstrando a eficácia do coaching de saúde mental, iniciativas como as do Headspace prometem apoio ético e responsável, sem uso de inteligência artificial para as sessões de coaching.
É claro que a crise de saúde mental exige soluções inovadoras, e coaches certificados podem ser parte dessa solução.
Fonte: Mashable